"eu gosto do seu corpo.
eu gosto do que ele faz.
eu gosto de como ele faz.
eu gosto de sentir as formas do seu corpo,
dos seus ossos...
de sentir o tremor firme e doce
de quando lhe beijo
e volto a beijar
e volto a beijar
e volto a beijar..."

é um morre-renasce-sem-um-pedaço a todo minuto;

difícil suportar...

que fazer pra estancar essa condição?

já não sei dizer mais o que resta de mim.

je suis un esprit perturbé puisque mon âme n’a pas du calme – elle vague en folie pour les chemins vorace et rapide comme le vent, en recherche d’un lieu où se rompre. et reste un corp sans âme.

je suis un corp sans âme.

porque antigamente eu vivia com a ilusão de que quando encontrasse, a vida iria se transformar; ter, realmente, alegria, propósito. então passava os dias me preparando, esperando pelo grande momento, pelo grande encontro - pela epifania principal da vida.
mas, maslow (maldito), as experiências de êxtase não trazem a tão suposta felicidade, e sim uma angústia quase insuportável de ser sentida. não basta encontrar o caminho, não basta encontrar o tesouro se não tem como alcançá-lo, se não tem como possuí-lo. se não tem como saciar seu eterno vazio, esse vazio que às vezes preenche.
então, até o "não ser" parece não fazer mais sentido. nada mais faz sentido...

morta-viva
viva-morta.

quem se importa?

terrorismo poético
___

escrevendo pra você, mas somente por exercício.
somente para enganar a mim mesma, como se alguém esperasse por uma carta minha, ou por simples notícias.
talvez seja por isso que ainda insisto em pensar em você como se o tempo tivesse parado naqueles dias em que nos encontramos. desculpe se te aborreço com esses pensamentos. de repente eles chegam às vezes até você. mas é que me sinto muito só.
sempre me senti diferente, vazia. e isso aumentou de uns meses pra cá. antes eu não tivesse me apaixonado assim por ninguém - e mais grave - realizado a fantasia. saí de um sonho e acordei num pesadelo, que é essa vida sem você e sem a esperança de um dia te reencontrar e continuarmos de onde paramos.
mas preciso pensar nisso, mesmo que as lágrimas teimem em cair, mesmo que a ânsia insista em aparecer...porque é o que ainda me mantém "viva".

menino dos olhos tristes

eu não te queria
mas aquela tristeza estampada em teus olhos
era comovente...
tu só podias ser aquele alguém por quem tanto esperei
mas hoje eu sei que me enganei.
porque a tristeza que vi em teus olhos não era a tua
era o reflexo da minha.

desespero, é isso. queremos fugir e não importa pra onde, o importante é fugir. mudar a rotina, trazer experiências novas, boas.
mas quando se volta, o desespero vem em dobro. e aí a vontade de fugir cada vez mais, ir cada vez mais longe. e a esperança de nunca mais voltar ¬¬'

e aqui estou, mais uma vez

mais uma carta de lamúria

mas não irei fomentar a injúria

por tudo que você me fez

.
quero lhe dar a liberdade

tirar você do pensamento

esquecer meu sofrimento

livrar-me, enfim, da saudade

.
vá...parta, seja feliz

viva, não olhe pra trás

esqueça que aqui jaz

quem sempre muito lhe quis.

daqui do meu esconderijo vejo o dia cinza lá fora
ou quero vê-lo assim.imagino um clima "blues", delicioso pra se andar ao vento, pisar nas folhas secas que caem pelas ruas e pelas calçadas...
usando a imaginação pra poder viver um pouco quando as esperanças não encontram eco e o tédio vai tomando conta.
e quando acho que não há mais espaço para o desânimo, mais me engano.
como se soasse o tempo todo uma melodia triste no ar de uma tristeza subjetiva de todos, melancolia profunda, solidão eterna.

busco-te nos horóscopos

na interpretação dos astros

nos jogos de tarot, divinação

nas magias, simpatias

nos poemas, nas poesias

por aí, caminho

não sei para onde

meus pés simplesmente me guiam

pelas calçadas, pelas ruas

pelas cidades...

livre

sem saber para onde ir

triste

sem saber quando partir

"que lindos olhos
que lindos olhos
tem você
que ainda ontem
que ainda ontem
eu reparei
se eu reparasse
se eu reparasse
há mais tempo
eu não amava
eu não amava
quem amei".

receita

- 1 pessoa tímida com baixa auto-estima, insegura da vida;


modo de preparo:

deposite muitos diálogos, carinho, amor e compreensão.doe tudo de bom que existe dentro de você e crie expectativas.alguns meses depois o monstrinho começa a crescer, crescer..aguarde até a massa se tornar invencível.depois, seja devorado.


(bom apetite)

você me procura por entre jazigos

depois de beber com seus amigos

trôpego, por essas alamedas

tenta aliviar seu coração

mas não consegue, porque sempre me encontra

sabe que ainda estou ligada a você

mas não sei se devo reconstruir uma vida

sobre os escombros do meu amor-próprio.

talvez os pilares ainda estejam sólidos

mas talvez não estejam.

não quero ver meu castelo de novo ruir

e se tranformar em escombros, irreconhecíveis.

não sei se acredito mais

numa vida feliz ao seu lado

o que eu queria mesmo era o sentimento

mas isso você não pode mais me dar,

seja pelo quê ou por quem for.

é muito triste, estou com um pé em cada mundo diferente

um, é a real vida de solidão, da solidão

que nunca saiu de dentro de mim

e outro é o mundo seguro que ainda cultivo,

que você fez invisível

quando de repente decidiu partir.

.

.

.

cemitério

09/07/2008

estou sempre nos trilhos, caminhando com a esperança de que alguém me arrebate quando o trem vier em minha direção.
mas não me importo se morrer for o meu destino.
e que o final seja breve, avassalador.

enjôo

é uma náusea constante
um nojo da vida
como se fosse vomitar o coração
junto com as lágrimas
que teimam em brotar.

porque o mundo não tem sentido,
não tem sentimento.

abstrato

concreto

concreto no abstrato

ou abstrato no contreto?

concreto no concreto?

abstrato no abstrato?

eternizado?

retrato, nada mais.

.

.

.

concreto

12/02/2008

pra que tentar disfarçar?
tudo foi triste, tudo é triste
e triste sempre será.

de que adiantam os amores
as alegrias e os horrores
se um dia a tristeza voltará?



auto conhecimento
09/02/2008

e viajo como quem não tem um porto seguro onde atracar
como a embarcação que é levada pelas ondas
talvez para ser resgatada ou afundar
depois de dilacerada pelos rochedos
e ser esquecida nas profundezas do mar.

05/02/08

silêncio.

somente ele
quando a solidão nos resta.